MOLÉCULA DA FELICIDADE | SEROTONINA, 2023 

A SEROTONINA É A HORMONA CONHECIDA COMO A MOLÉCULA DA FELICIDADE

O golfe é, na sua essência, uma atividade intemporal, um desporto singular que coloca o homem perante a natureza, numa lógica de tranquila superação. Mais do que os seus diretos adversários, é com a natureza e as suas invisíveis e complexas subtilezas que o jogador se defronta.

É neste desafio empolgante em que o golfista testa os seus limites, num ambiente de concentração, num raro momento de tranquilidade e de comunhão, em que homem e natureza se aproximam e se envolvem como em nenhum outro desporto. 

Um quadro sereno, mas competitivo, feito de vontade, em que o balanço mil vezes ensaiado do taco, o contato nítido com a bola e a pancada surda ao cair no gramado, compõem uma sinfonia de estímulos sensoriais que conduzem o ritmo deste jogo a céu aberto.

Cada gesto, cada pancada bem conseguida determina o nível de satisfação. O domínio do jogo, a perícia, a alegria da camaradagem forjada no campo, o sucesso, são puro prazer para corpo e mente.

Participar numa partida de golfe não é apenas um exercício físico, nem apenas o desejo do resultado. A cada boa tacada, uma onda de prazer envolve o jogador, criando um ciclo de retorno positivo e de satisfação. São essas oscilações rítmicas sob o céu aberto que desencadeiam a libertação de serotonina, o neurotransmissor do cérebro para a felicidade.

João Louro nasceu em Lisboa em 1963, onde vive e trabalha. Estudou arquitetura na Faculdade de Arquitetura de Lisboa e Pintura na Escola Ar.Co. O seu trabalho engloba pintura, escultura, fotografia e vídeo.

Descendente da arte minimal e conceptual, tem uma atenção especial às vanguardas do início do séc XX. O seu trabalho traça uma topografia do tempo, com referências pessoais mas, sobretudo, geracionais. Utiliza como fonte recorrente a linguagem, a palavra escrita, e procura fazer uma revisão da imagem na cultura contemporânea, a partir de um conjunto de representações e símbolos do universo visual coletivo. O minimalismo, o conceptualismo, a cultura pop, o estruturalismo e pós-estruturalismo, autores como Walter Benjamin, Guy Debord, Georges Bataille, Blanchot ou artistas como Donald Judd ou Duchamp, formam o léxico através do qual João Louro se exprime.

Foi o representante de Portugal na Bienal de Veneza de 2015, com a exposição I Will Be Your Mirror | Poems and Problems.